Um mundo feito de sons, outro feito de silêncios. Luísa no meio, entre as duas experiências, a tentar encontrar o balanço. E nós a ouvir o mundo pelos ouvidos dela.
Neste trabalho sonoro experimental e complexo, a realizadora tenta reproduzir a sua própria condição e a amálgama de sons que nos rodeiam. Que barulhos são estes? Quem os ouve? De onde vêm? E os silêncios? Serão sons que não se ouvem ou falta de coragem para imaginar que ali estão? Num corpo em desequilíbrio, porque apenas um dos lados consegue decifrar os sons ao redor, é preciso ter coragem para desafiar o medo do silêncio parcial, mas também para enfrentar a constatação de que “na noite em que um nervo auditivo morreu a dormir, (…) o mundo ficou muito mais barulhento”. (Margarida Moz)