Faz parte de crescer uma certa vontade de testar os limites e é isso mesmo que Duarte faz, numa das várias noites em que a mãe vai trabalhar. Claro que nem tudo corre como ele planeou.
De onde vem o equilíbrio que é preciso ter para fazer parkour? É necessária uma condição física especial ou uma condição mental à prova de bala? É não ter medo mesmo quando a situação aparenta ser difícil? Questões complicadas de trabalhar mas que são tudo metáforas inteligentes para se falar da relação entre um filho e uma mãe e de como uma ausência pode ser superada pela força mental. Um dia Duarte chega a casa e não tem a chave para entrar em casa, mas em vez de histrionia, temos a consciência que há um jovem adulto a crescer, embora ainda não lhe tenha nascido o bigode e a barba. Filme que promete mais uma voz para o cinema português. (Miguel Valverde)