Um filme que trabalha em dois planos. As sequências e sons repetidos embrenham-se numa narrativa telefónica que remete para trabalho físico e industrial.
Morgan Quaintance trabalha frequentemente com narrativas tanto pessoais como históricas, de forma directa e cruas. Através do seu trabalho, partilha memórias da sua juventude e explora ligações entre raça e classe, utilizando montagem, música e texto perfeitamente cronometrados para providenciar socos no estômago. Em Repetitions, continua a utilizar a sua tipografia colorida, tecendo materiais de múltiplas origens (material encontrado, material de arquivo) e cria um espaço que é simultaneamente abstracto — baseado em padrões repetitivos, texturas justapostas — e não-ficção, sendo texto e o som utilizados como âncoras em considerações sobre o trabalho e a vulnerabilidade da classe trabalhadora. (Ana Cabral Martins)