Um filme que decorre ao longo de uma noite dedicada ao onirismo psicadélico do que é audível. Aqui há uma viagem pelos sons de orgasmos que se torna num atordoamento fantasmagórico.
O estado liminar é algo entre dois pontos, entre o acordar e o dormir, por exemplo. Algo difícil de pôr em palavras, quanto mais em imagem ou como no caso de Molecular Delusions, em som. Poderia facilmente ser um complemento ao genial Arrebato (1979) de Iván Zulueta. Onde o filme de Zulueta se foca no estado liminar da imagem em película, o filme de Quentin L’helgoualc’h usa o som como veículo para navegarmos entre realidades. Kika coleciona gravações de orgasmo, uma noite algo nas gravações devolve áudio a Kika e a curiosidade propela-nos para algo inexplicável mas que é invariavelmente sentida. (Rui Mendes)