Um filme que começa por ser sobre o escape de um personagem da Argélia para Paris. O dinheiro está contado, a partida iminente. Quando um amigo morre, Yanis visita o velório apenas para ser roubado de seguida. Segue-se uma missão na estrada para apanhar o culpado.
Yanis está de partida para uma viagem de sonhos incertos. No último dia na Argélia, antes de rumar a França, dedica-se aos preparativos finais na aldeia vizinha e acaba por se ver envolvido numa série de imprevistos que alimentam as angústias da partida. Existirá um destino? Fará sentido tentar contrariá-lo? Haverá sempre quem duvide dos relatos de sucesso dos que já partiram, mas que ninguém ponha em causa a coragem de quem investe tudo na viagem, deixando para trás uma parte de si.
Nesta belíssima história, reflexiva e melancólica, está presente uma ideia de emigração em sentido inverso ao do sucesso. O que nos espera do outro lado pode apenas ser um desapego imposto, sublimado e silencioso.
Baseado na sua própria história de emigração, o realizador Mouloud Aït Liotna estreia-se no cinema dizendo que este filme é uma espécie de homenagem desiludida, prestada àqueles que como ele estão desenraizados de facto ou de espírito. (Margarida Moz)