Um filme que pega num curioso fait-divers: uma percentagem do orçamento para construção da cidade americana de Baltimore foi disponibilizada para a comissão de obras de arte. Mas o que poderia ter sido uma iniciativa bem organizada, acaba por ser um exemplo de como a arte, e em particular a arte pública, é um elemento negligenciado na nossa sociedade.
Nos anos 60, Baltimore foi a segunda cidade dos Estados Unidos da América a passar a lei que obrigava que 1% do orçamento de qualquer construção pública teria de ser para adjudicar uma obra de arte. Mais de 50 anos depois, grande parte dessas obras de arte públicas, muitas delas construídas em estabelecimentos de ensino, estão desaparecidas, senão negligenciadas pelo passar do tempo. Tendo como pano de fundo a paisagem urbana de Baltimore, este curto documentário propõe uma reflexão despolarizada sobre o papel do espaço e do edifício público, da proposta da arte ao serviço à comunidade à luz dos ideais do Modernismo através de relatos e testemunhos que construíram a memória coletiva de quem habita esta cidade. (Joana Mosi)