Uma família é dona de um café (uma moradia que é também a sua casa) onde acaba por ser forçada a albergar um homem fugido da justiça. O filho de dez anos tenta lidar com as mudanças nas dinâmicas da sua vida.
O IndieLisboa continua a sua descoberta de novas vozes do cinema georgiano dos últimos anos, recuperando a sua era de ouro das décadas de 1950 a 1980, a que Frederico Fellini se terá referido como “um fenómeno estranho, sofisticado, inspirador e avassalador”. Runaway acompanha uma família de imigrantes da Geórgia que gere um café nos subúrbios de Moscovo. Num determinado momento das suas vidas, o pai é forçado a acolher um fugitivo da polícia e esta circunstância afecta de formas diferentes cada membro da família e em particular a filha adolescente, fascinada com este hóspede misterioso, e o filho de dez anos que, assumindo a sua condição masculina, julga ter com o forasteiro uma maior cumplicidade. Ninguém sabe quem é este homem nem o que ele fez, mas não há lugar para perguntas nem como contestar a imposição daquela presença. E enquanto os pais tentam manter a normalidade do seu negócio, ignorando aquela forçada visita, o filho mais novo acusa a falta de reconhecimento da sua participação no segredo. (Margarida Moz)