Um homem numa relação não muito agradável, e que deseja ser o Super-Homem, sonha com os momentos românticos que pode passar com Batman, ou melhor, com um super-herói com certas e determinadas parecenças com o cavaleiro negro.
Leo Černic pega em duas ideias-chave para um filme que tem muito mais camadas do que a sua faceta brincalhona: por um lado, a ideia jocosa de um super-herói com poderes inúteis ou infrutíferos; por outro lado, uma história muito mais pessoal, um apaixonar-se por um homem e todas as emoções, questões e dúvidas que isso levanta. Este lado mais intimista pontuado por uma animação digital que, contudo, se instala, esteticamente falando, num cantinho que se pretende mais analógico e feito-à-mão. No mundo de Pentola, o nosso protagonista apaixona-se por um Batman corriqueiro, companheiro do seu Super-Homem-de-trazer-por-casa. Dividido entre uma mulher que este acaba a associar a uma terrível sopa de feijão, Pentola terá de aprender a libertar-se do que o prende. (Ana Cabral Martins)