E se a procura pelas ilhas Baleares pelos turistas britânicos fosse por sentirem um apelo quase shamânico pelo sol e pela necessidade de viver em função do sol? Este filme pega no fenómeno (bem real) que é saltar de varandas para piscinas para imaginar um mundo bizarro e onírico.
Existe uma cena no La herida luminosa onde vários adolescentes britânicos se despedem de Mallorca a cantar com a sua pele vermelha como se fosse um hino solene de despedida ao sol. Carregam no seu corpo queimado o sol e levam-no para a sua terra cinzenta. Um filme sobre a impotência em descrever uma emoção ou um momento no tempo que nos foi especial, que foi embora e não volta. Christian Avilés faz um filme-sonho em que não tem que nos descrever algo indescritível, faz-nos sentir o calor do sol e da sua luz através do cinema. (Rui Mendes)