Uma homenagem a Natália Correia, poeta e escritora portuguesa cujo nascimento foi há 100 anos, num filme que viaja até à Ilha de São Miguel, nos Açores, onde realidade e ficção se cosem com a sua poesia.
Três gerações de mulheres personificam Natália Correia. Percorrem a ilha de São Miguel, numa deambulação pelo local onde nasceu a poeta, há cem anos. O filme começa com Uma Laranja para Alberto Caeiro, e é nessa troca singela de palavras entre laranja e ave, entre o céu e a terra, entre a liberdade do ar e a liberdade do chão que se pisa, entre o instinto de ficar e o instinto de partir, que se passa este filme. Há algo de etéreo nesta paisagem que justifica o trabalho da poeta, mas é da natureza avassaladora que se retira a força de quem não só escrevia estas palavras, como as lia e interpretava. E através da sua boquilha, as palavras ganhavam vida, ganhavam fogo e tinham a violência das ondas que batem contra as arribas. PUM! (Miguel Valverde)