Estamos nos anos 1970, em Genebra. O trabalho das mulheres é constante: ora na fábrica, ora em casa, o mundo gira porque está às suas costas. Se pararem, tudo pára. E uma greve é o mote perfeito para dar uso às suas vozes. Um olhar inventivo sobre questões ainda tão prementes.
Estamos em 1973, em Genebra, mas podia ser hoje em qualquer lugar no Ocidente. “Trabalha e sê livre” parece uma frase encorajadora para as mulheres aquando da sua iniciação no meio laboral. No entanto, o acesso ao espaço público tem um gosto amargo porque não significa necessariamente a ruptura com o espaço privado. Muito pelo contrário, significa acumulação de trabalho – da fábrica, da casa, dos filhos. O que é necessário para que estas vozes sejam ouvidas e para que o trabalho do cuidado seja reconhecido? Afinal, como diz Silvia Federici: “Aquilo a que chamam de amor, nós chamamos de trabalho não pago”. (Jéssica Pestana)