23 MAIO — 02 JUNHO 2024

23 MAIO — 02 JUNHO 2024

Colecção de filmes: 50 anos de Liberdade

Para comemorar os 50 anos do 25 de Abril, o IndieLisboa apresenta este ano, em Foco Silvestre, 5 programas de filmes dedicados ao trabalho e ao movimento sindical. Neste Dia da Liberdade, sugerimos 5 filmes a não perder. São registos que não deixam cair em esquecimento a realidade do Portugal ditatorial e que nos relembram que a luta é todos os dias.

Logo no dia 27 de Abril, apresentamos um programa sobre Trabalho Digno. Tendo como eixo central a precariedade, estes filmes mostram-nos que o grupo das pessoas mal empregadas está em toda a parte, e que é ele uma das maiores forças do movimento trabalhista. Histórias verdadeiras, mesmo quando ficcionadas, de quem tenta sobreviver numa sociedade capitalista onde a pessoa é despida da sua identidade humana. A sessão que passa no Cinema São Jorge, às 21:45, inclui a curta-metragem portuguesa As Sacrificadas, que nos conta Otília, uma mulher condenada a balançar os compromissos laborais com o trabalho doméstico e de cuidadora informal. 

As Fábricas e os Trabalhadores em Movimento é um ensaio-jogo sobre pessoas trabalhadoras e fábricas. Parte de um dos primeiros filmes da história do cinema, o La sortie de l’usine Lumière à Lyon, dos irmãos Lumière, e vai buscar um conjunto de outras obras de muitos anos depois, nas quais continuamos a ver as pessoas a sair das suas fábricas, lugares de opressão, mas também de resistência. Um curto documentário de ‘68, o La reprise du travail aux usines Wonder, dá a ouvir uma voz disruptiva que nos lembra que a luta é um acto contínuo. Para ver no dia 28 de Abril, às 21:45, na Culturgest.

O programa Ferramentas de Trabalho propõe uma evocação dos diferentes sentidos que a palavra ferramenta foi tendo no mundo laboral ao longo dos anos, do instrumento à instrumentalização. Agrilogistics, por exemplo, um documentário experimental de 2022, analisa as mais recentes transformações tecnológicas na agricultura contemporânea, explorando a vida de uma estufa quase industrial, onde são as máquinas que verificam e seleccionam a Natureza, embora não saibam cuidar de si próprias. A sessão acontecerá no dia 1 de Maio, pelas 17:45, no Cinema Ideal.

A convite do IndieLisboa, o projecto FILMar juntou-se a esta celebração e criou o programa Revoltas, Trabalho e Mão-de-Obra. Sem desvirtuar o mote de existência do projecto, esta sessão apresenta um olhar sobre o trabalho ligado ao mar no contexto português. Além de um conjunto de curtas-metragens documentais, será apresentada A Canção da Terra, de Jorge Brum do Canto, uma história de amor que nos permite conhecer também as reais condições de vida no Portugal dos anos 30. Para ver também no dia 1 de Maio, às 21:30, no Cinema São Jorge.

Composta inteiramente por cinema português, a sessão Profissão: Trabalho constrói um percurso pela forma como este último foi sendo representado no cinema nacional, desde os anos 30 ao tempo presente. Entre as curtas-metragens escolhidas, Abi Feijó fala-nos da alma amargurada e do corpo obediente destas pessoas que vivem na cauda da Europa. É na Cinemateca Portuguesa, às 19:30 do dia 4 de Maio, que passa este Fado Lusitano, um retrato satírico da história de Portugal desde a altura daquilo a que vieram a chamar de expansão marítima.

A propósito deste Foco Silvestre, iremos encontrar-nos na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, no dia 3 de Maio às 18:00, com Daniel Carapau, Luísa Veloso e Manuel Carvalho da Silva, numa conversa moderada por Giulia Stripolli, no âmbito das LisbonTalks by NOVA FCSH. Podem consultar mais informações na página da actividade.

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