23 MAIO — 02 JUNHO 2024

23 MAIO — 02 JUNHO 2024

Novíssimos: os primeiros passos no cinema

A secção competitiva composta por um conjunto de filmes de jovens cineastas que estão a dar os seus primeiros passos no cinema traz, este ano, 18 curtas-metragens, algumas realizadas em contexto escolar, outras feitas independentemente de qualquer apoio. Em 2023, a secção tem um novo prémio MUTIM – Mulheres Trabalhadoras das Imagens em Movimento, numa programação com muitos filmes íntimos e pessoais.

A procura de memórias familiares num envelope de fotografias antigas é o ponto de partida de na minha vida, de José Lobo Antunes, e também da primeira sessão Novíssimos, onde se irá fazer uma homenagem a Natália Correia com Mátria, de Catarina Gonçalves, um filme onde realidade e ficção se cosem com a poesia da escritora portuguesa. Pelo Sim Pelo Não, de Laura Andrade, continua o retrato da experiência feminina a partir das conversas de um grupo de amigas que não se depila, e a poesia mantém-se com Perto ou Longe, de Beatriz Brajal, onde a natureza se torna metáfora para paisagem interior da personagem que a habita. Inês Ariana Pereira traz-nos um registo do afecto lésbico como cura em Land Song, e Francisco Dias mostra-nos a força da natureza em Litoral.

Na segunda sessão, contam-se as Memórias de Pau-Preto e Marfim, de Inês Costa, que mistura animação e arquivos pessoais para trabalhar o passado colonial português, ou Os Tempos Conturbados, de Carlos Tavares Pedro, focado nos primeiros momentos de independência angolana. Ao apresentar A Obra, Carolina Rosendo abre as portas do mundo da construção civil e leva-nos até aos operários imigrantes, sobretudo de ex-colónias portuguesas, que constroem casas que em breve serão habitadas. Já Inês Pinto França apresenta um projecto auto-biográfico, An Ode, fruto dos tempos de confinamento e isolamento. Juliana Julieta pensa a mutabilidade e a fragmentação do conceito de identidade em Impressions of Light, enquanto que Diogo Figueira filma as ideias de família e sagrado na sua Sagrada Família.

Na terceira e última sessão Novíssimos, Hannah, Anna, Ana, de Ana Teresa e Bruno Alves, é uma carta de amor à herança de uma mulher que ensinou à filha a experiência da liberdade. A Minha Raiva é Underground, ou o testemunho na primeira pessoa de Francisca Antunes, aborda a ideia de trauma e o seu paralelismo com a cidade. Margarida Fonseca reproduz a sua própria experiência sonora em Nervo Morto, enquanto que o Salto, de Mariana Nunes, testa os limites através de uma personagem fictícia. Já Kayla Fragma faz um retrato do seu tio em Tio Kevin, navegando pelos temas do luto e da perda. O documentário Rubab, de Marta Vaz, leva-nos a descobrir a escola de música afegã que se refugiou em Portugal, trazendo 100 estudantes para o Conservatório, depois da música ter sido proíbida no Afeganistão.

Podem saber mais sobre estes filmes na página da secção Novíssimos.

A 20.ª edição do IndieLisboa arranca já no próximo dia 27 de Abril e vai ficar pelo Cinema São Jorge, Culturgest, Cinemateca Portuguesa, Cinema Ideal, Cinema Fernando Lopes e pela Piscina da Penha de França, até ao dia 7 de Maio.

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