01 MAIO — 11 MAIO 2025

01 MAIO — 11 MAIO 2025

O Director’s Cut, a secção para os cinéfilos mais curiosos, passou a dedicar-se exclusivamente ao cinema de património, apresentando uma seleção de filmes em novas cópias digitais recentemente restauradas. Aqui pretende-se revisitar a história do cinema, recuperando filmes esquecidos, destacando pérolas obscuras e propondo novos títulos para o cânone do “grande cinema”. Este ano há um pouco de tudo: entre curiosidades e obras-primas, entre musicais queer e pornos sci-fi, entre o etnográfico e o sinfónico, entre o político e o poético.

Director’s Cut

O Director’s Cut, a secção para os cinéfilos mais curiosos, passou a dedicar-se exclusivamente ao cinema de património, apresentando uma seleção de filmes em novas cópias digitais recentemente restauradas. Aqui pretende-se revisitar a história do cinema, recuperando filmes esquecidos, destacando pérolas obscuras e propondo novos títulos para o cânone do “grande cinema”. Este ano há um pouco de tudo: entre curiosidades e obras-primas, entre musicais queer e pornos sci-fi, entre o etnográfico e o sinfónico, entre o político e o poético.

Café Flesh

Cópia restaurada de um filme de culto passado num mundo pós-apocalíptico, que envolve ideias de ficção-científica, onde a pornografia brota da frustração sexual. Este é Café Flesh, onde no rescaldo de um evento nuclear, 99% dos sobreviventes não suportam o toque humano e não conseguem ter relações sexuais (os sex negatives). A minoria, os sex positives, são colocados numa posição de entretenimento para os demais, um teatro erótico-musical. A chegada iminente da lenda sexual Johnny Rico testa um casal em ruptura.
Stephen Sayadian
Estados Unidos

1982, 74'

Diferente

Apresentação da versão restaurada deste filme espanhol, de culto, mas pouco visto, que, apesar do seu desbragamento homoerótico, passou pelas frinchas da censura franquista. Com os anos, a sua redescoberta afirmou-o pela importância do seu contributo para a história do musical espanhol e pela representação de uma sexualidade não normativa. Em Diferente, seguimos Alfredo, um bon vivant que rejeita os preceitos da sua família rica ao mesmo tempo que esta o rejeita a ele. Um elogio aos prazeres da extravagância queer. 
Luis María Delgado
Espanha

1962, 102'

Iracema, uma transa amazônica

Versão digitalmente restaurada de um título fundamental da história do cinema brasileiro que mistura ficção e não ficção num road movie — protagonizado por uma jovem de Iracema e um camionista desordeiro — que passeia pela destruição causada por um tipo específico de capitalismo pós-colonial: a construção da Rodovia Transamazônica. O filme explora uma área da Amazónia que na altura da rodagem estava sob controlo das forças armadas na altura da ditadura militar no Brasil.
Jorge Bodanzky, Orlando Senna
Brasil / República Federal da Alemanha

1975, 96'

Les lèvres rouges

Um filme de culto de 1971 que joga com o erótico e o terror e se vê aqui em formato restaurado. Pegando na lenda de Elizabeth Bathory, uma condessa húngara que terá morto jovens mulheres nos séculos XVI e XVII, Hary Kümel co-escreve e realiza este filme que se passa num hotel belga à beira-mar, vazio por ser inverno. Um casal jovem de recém-casados (que deveria ter escolhido outro local) encontra uma condessa lésbica (interpretada por Delphine Seyrig) e a sua aparente secretária, ambas envoltas numa aura de mistério. 
Harry Kümel
Bélgica / França / República Federal da Alemanha

1971, 100'

The Sealed Soil

Simultaneamente o primeiro filme de Marva Nabili, numa estreia espantosa enquanto realizadora, e o mais antigo sobrevivente (na sua totalidade) filme iraniano realizado por uma mulher. Neste restauro em 4K, uma jovem nos tempos pré-revolucionários do Irão vê-se numa encruzilhada entre a tradição e o desejo de liberdade, onde a sua recusa de ofertas de casamento é equiparada pela família à possessão por espíritos malévolos.
Marva Nabili
Irão

1977, 89'

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