Num planeta distante, onde a reprodução é uma atividade obrigatória no dia-a-dia dos seus habitantes, existe uma extraterrestre que simplesmente deseja satisfazer-se.
Um mundo em cartão e plasticina e uma pila voadora. Eis o início de uma animação transbordante de cor, inventividade e despudor. Neste planeta em que a reprodução é obrigatória, há uma mulher de três olhos e vestido amarelo, Clotilde, que só quer ter prazer. Claro que as mulheres mais velhas do planeta rejeitam esta postura. E este planeta proposto por Maria João Lourenço, feito no contexto da sua formação académica na Central Saint Martins, é uma bela metáfora da nossa sociedade de hoje. Os mais audazes e os mais sedutores são constantemente empurrados para baixo da luz do “parecer bem”. E a sociedade, cada vez mais fechada nos seus preconceitos tenta, de novo, calar a boca de quem é diferente. Clotilde a Presidente! (Miguel Valverde)