IndieLAB é um workshop ministrado por Fernanda Polacow que teve início na edição passada do festival e cuja primeira fase deste ano teve lugar entre 14 e 16 de Março. A segunda fase irá decorrer entre 26 e 29 de Maio, durante o festival.
Esta formação resulta de uma parceria entre o INDIELISBOA e a NOVA FCSH, focando-se no desenvolvimento de projectos e na escrita de personagens não normativas com o intuito de continuar a fomentar o diálogo sobre a inclusão e a representação no cinema.
Os projectos seleccionados na edição deste ano foram os seguintes:
Femmes de Ménage, de Ágata Pinho
Femmes de Ménage segue Ágata, jovem cineasta que emigra temporariamente para o Luxemburgo para trabalhar nas limpezas. Aí, ela observa o quotidiano de outras empregadas de limpeza, todas mulheres emigradas, que a cada dia entram na intimidade da casa dos clientes. A partir deste encontro, Ágata tece uma história junto com as outras mulheres: o que podemos fazer acontecer na ficção que não é possível na vida real?
A Mão, de Alexander David
Tó é um rapaz de 12 anos que vive com os pais numa quinta agropecuária. Leva uma vida sossegada, próxima dos animais e de alguns agricultores. Tó é bom flautista e toca regularmente para os animais. Quando o seu pai recebe a visita de um emigrante português interessado em comprar a quinta, os elementos da vida de Tó ganham novos sentidos. Tó sente os efeitos do desejo e encontra nas melodias da flauta uma forma de encantamento, na sua entrada para a maturidade.
Às Vezes Quero que as Flores Nasçam Imediatamente, de Daniel Borga
Vindo de Lisboa, Bruno tem três meses em Odemira pela frente. Receoso pela escassez de estímulos e num bloqueio criativo, conhece Kishor, um imigrante nepalês com quem trava uma amizade.
Singularidades do Café, de Filipa Amaro e Marco Mendonça
Numa Angola rural, um jovem luso-angolano chega à fazenda de café de uma família branca. Quando estão prestes a fechar um novo negócio, descobre algo terrível sobre esta família. As coisas escalam e um conflito violento obriga-o a confrontar-se com a sua identidade.
Live, Laugh, Lesbian Longing, de Francisca Antunes
Feito a partir de retalhos, cartas para ninguém e entradas de diário, Live, Laugh, Lesbian Longing é uma exploração do ato de desejar quando o desejo é apenas uma ideia. Com uma personagem, lésbica, feita de voz e escrita, entre o alheamento e a alienação. Qual é o lugar das suas fantasias?
Tudo que Passa pelo Corpo é Mineral, por Larissa Barbosa
Moara, uma bailarina que vive em Portugal, vem de uma família de ferreiros do interior de Minas Gerais. Ela retorna ao Brasil para rever a família, e apesar de sempre trocar cartas com o irmão nos últimos anos, descobre que ele faleceu há muito tempo com o rompimento da barragem de uma mineradora. Estranhamente, a vila onde vive a família não está mais no mesmo local, parece ter sumido do mapa. Porém, após o encontro com uma grande serpente de pano no carnaval, Moara acorda em meio à uma floresta de eucalipto onde ela reencontra a sua vila. Intrigada com as falsas cartas do irmão, ela tenta descobrir quem seria o real remetente das correspondências. O reencontro com a família revelará coisas sobre si e sobre sua terra que transformarão Moara profundamente
A Solidão da Mulher Cyborg, de Luísa Mello e Ana Vilela da Costa
O mundo atingiu o colapso ambiental. Para sobreviver, os humanos tiveram que se adaptar às novas condições planetárias, transformando-se em seres simbióticos humana-planta. Dentro de uma estufa, uma mulher cyborg é a responsável por manter os últimos humanos mutantes vivos. Os dias repetem-se naquilo que parece ser um angustiante prolongar de um fim inevitável, levando a guardiã solitária a colocar questões sobre o significado da sua existência.
Sem Sapatos, de Renata Ferraz
Uma realizadora-atriz que não canta decide pedir a três mulheres de diferentes territórios de Portugal e uma do Brasil que a ajudem a cantar enquanto criam um filme juntas. As mulheres que cantam têm em comum terem sido estigmatizadas por não seguirem o que se esperava delas. Juntas, atrás e na frente das câmaras, criam um retrato polifónico de (re)existências individuais e coletivas.
Vejam os seleccionados da edição anterior aqui.