Teresa, uma mãe solteira, passa o dia na praia com o seu filho de seis anos, Benji, e a sua irmã Marga, que regressou a Portugal para passar as férias de verão. O dia torna-se stressante com o discurso constante da irmã sobre as conquistas do filho e as suas críticas a Benji.
Em Uma Mãe vai à Praia há um plano que nos coloca imediatamente dentro do filme. De cima vemos uma mulher sozinha a tomar banho, a precisar de descanso e a necessitar de ser revigorada. Esta imagem que não nos sai da cabeça de uma mulher (Cláudia Jardim) de fato de banho vermelho e cabeça cansada, a tentar boiar, é o retrato universal de muitas mães e pais solteiros, que não se sentem de férias, mesmo quando os indicadores parecem estar todos lá. A educação dentro de portas é escutada do exterior, é confrontada pelo exterior, é discutida no exterior. É isso que faz a irmã desta mulher sempre a colocar em evidência os sucessos do seu filho, por oposição ao filho da irmã. A praia como espaço de libertação é aqui um espaço de constrangimento e de medos. Por isso, acreditamos que o fim do filme será essa imagem do início que funciona como uma espécie de libertação. Nós somos Teresa! – Miguel Valverde