Uma montagem de todas as mortes que o icónico actor Udo Kier já representou em cinco décadas de filmes e séries de televisão. De mortes em blockbusters, a filmes de autor, passando por séries infantis, Kier já morreu de todas as maneiras possíveis no ecrã e esta é a homenagem que Jan Soldat lhe faz. E a morte fica-lhe tão bem.
Diz o povo que “Não se pode morrer todas as mortes”, Udo Kier é a exceção que confirma o ditado. Segundo Jan Soldat, ao longo de uma carreira de 56 anos, o ator entrou em 170 longas, 50 curtas e 120 episódios de televisão, o que se traduz em mais de 70 mortes. Staging Death é um super cut dessas mil e uma formas de morrer, segundo Udo Kier. Sendo ele, provavelmente, o último herdeiro de um certo modus operandi que definiu o trabalho de atores como Boris Karloff, Bela Lugosi ou Peter Lorre – a saber, a personificação do mal como ofício –, a sua filmografia está repleta dos mais escabrosos assassínios, acidentes e suicídios – até porque a sua propensão para o typecasting de vilão, em particular de vampiro, tem as suas consequências. Ao ponto de se tornar, em anos recentes, numa quase paródia (recorde-se Bacurau). No entanto, nada superará, alguma vez, a sua morte em Cigarette Burns, de John Carpenter – e só pelo prazer de voltar a ver aquelas tripas cinéfilas já vale a pena ver Staging Death. (Ricardo Vieira Lisboa)
