Uma introdução ao cinema feito por mulheres lusófonas, pelo mundo, que funciona como episódio piloto de uma série que será realizada por Luísa Sequeira — realizadora de um documentário sobre Bárbara Virgínia (Quem é Bárbara Virgínia?, 2017), a primeira realizadora portuguesa e a primeira mulher a apresentar uma longa-metragem em Cannes. O filme é narrado por uma ficcional Virgínia, interpretada por Joana Linda, como o fez também na longa-metragem de Sequeira.
Depois de ter realizado a longa metragem Quem é Bárbara Virgínia?, Luísa Sequeira recupera a figura da primeira realizadora a assinar uma longa de ficção em Portugal (à qual, mais uma vez, a fotógrafa e realizadora Joana Linda dá corpo) para nos narrar, em jeito epistolar, a história do cinema lusófono realizado por mulheres. Esse é o projeto de uma série de televisão da qual se apresenta agora o episódio piloto. Virgínia/Sequeira começa por referir duas mulheres seminais do cinema mundial: Alice Guy-Blaché, pioneira em todos os sentidos, e Lotte Reiniger, que realizou a primeira longa de animação. A partir do seu exemplo, destaca a cineasta luso-brasileira Carmen Santos, atriz do mudo que trabalhou com Humberto Mauro (Sangue Mineiro) e Mário Peixoto (Limite), mas que se viria a lançar mais tarde na produção e realização, falecendo no exato ano em que ela (Bárbara Virgínia) chega ao Brasil. Uma história que ainda tem muito por contar. (Ricardo Vieira Lisboa)