01 MAIO — 11 MAIO 2025

01 MAIO — 11 MAIO 2025

Nesta edição, destacamos a cineasta Binka Jeliaskova. Pioneira do cinema búlgaro. Foi a primeira mulher do país a dirigir uma longa-metragem. Usou a 7ª arte como ferramenta para expressar as suas lutas e desafiar o sistema. Contudo, essa ousadia teve um custo e quatro dos seus nove filmes foram proibidos e só chegaram ao público após o fim do regime vigente. Ainda assim, o seu talento ultrapassou fronteiras, concedendo-lhe prémios internacionais. Esta realizadora, deixou assim, um legado marcante para o cinema mundial.

Retrospectiva

Nesta edição, destacamos a cineasta Binka Jeliaskova. Pioneira do cinema búlgaro. Foi a primeira mulher do país a dirigir uma longa-metragem. Usou a 7ª arte como ferramenta para expressar as suas lutas e desafiar o sistema. Contudo, essa ousadia teve um custo e quatro dos seus nove filmes foram proibidos e só chegaram ao público após o fim do regime vigente. Ainda assim, o seu talento ultrapassou fronteiras, concedendo-lhe prémios internacionais. Esta realizadora, deixou assim, um legado marcante para o cinema mundial.

A Piscina

Binka Jeliaskova realiza o filme que marca o início da sua Trilogia do Silêncio composto por: A Piscina (Baseynat), O Grande Banho Noturno (Golyamoto Noshtno Kapane) e Pelos Telhados, À Noite (Noshtem Po Pokrivite). A Piscina retrata um triângulo, dos que brincam com noções de amor, desejo, amizade e performance. Os protagonistas são um viúvo solitário, Apostol, que descobre Bella, uma adolescente desiludida com o primeiro amor, na noite da sua graduação. O balanço harmonioso é quebrado pelo ator, Boyan. 
Binka Jeliaskova
Bulgária

1977, 148'

A Sua Última Palavra

A Sua Última Palavra (Poslednata Duma) é um filme não-linear que mistura o passado e o presente de um grupo de seis mulheres que são condenadas  à morte pela sua luta política antifascista. Um dos únicos filmes de Binka Jeliaskova a estrear em Portugal no verão de 1975 depois de uma passagem pela Competição Oficial de Cannes, foi também o mais reconhecido internacionalmente. 
Binka Jeliaskova
Bulgária

1973, 118'

A Vida Passa Calmamente…

Esta primeira longa-metragem de Binka Jeliaskova é realizada em conjunto com o marido, argumentista de muitas das suas obras, e foca-se num grupo de jovens revolucionários que assistem à morte de um camarada às mãos do exército nazi. Anos depois, num país agora devastado pelo desemprego e pobreza, um dos sobreviventes, membro do Parlamento, decide erguer uma estátua ao amigo caído em combate. Quando se vê rodeado de críticos, inicia uma purga. Um filme banido durante 33 anos pelo Partido Comunista Búlgaro que antecipou os filmes de protesto polacos, a Nova Vaga Checa e inaugurou a exposição do totalitarismo estatal que marcou a falência do comunismo no Bloco de Leste. 
Hristo Ganev, Binka Jeliaskova
Bulgária

1988, 104'

Éramos Jovens

Binka Jeliaskova estreia-se na realização a solo com esta história de amor numa Bulgária sob o jugo nazi, inspirada na experiência na resistência partisan da autora, aqui espelhada na convivência com a luta armada em contraste com o desabrochar de um amor. Vencedor do prémio principal do Festival de Moscovo, foi um sucesso blockbusteresco na Bulgária. Filme de abertura da série documental Women Make Film, de Mark Cousins, é considerado o primeiro filme búlgaro realizado por uma mulher.
Binka Jeliaskova
Bulgária

1961, 110'

Canção de Embalar

Um filme que retorna ao universo de A Sua Última Palavra (Poslednata Duma), onde Binka Jeliaskova explorou as circunstâncias de um grupo de mulheres condenadas à morte pela sua luta política antifascista durante a Segunda Grande Guerra. Em Canção de Embalar (Nani-Na), conhecemos crianças que, por as mães estarem encarceradas, nascem e crescem na penitenciária. As suas vidas e os seus destinos são, para sempre, marcados pela temida figura da prisão.
Binka Jeliaskova
Bulgária

1982, 59'

Cara e Coroa

Neste filme, Binka Jeliaskova regressa ao universo de A Sua Última Palavra (Poslednata Duma) para um olhar incisivo sobre o sistema prisional agora num período já afastado da Segunda Guerra Mundial, em plena Guerra Fria, filmado antes da queda do regime soviético. Em Cara e Coroa (Lice I Opuko), a pobreza é o mote para histórias onde é necessário roubar para sobreviver, onde a violência é doméstica e onde os próprios filhos podem ser um produto comercializável.  
Binka Jeliaskova
Bulgária

1982, 129'

O Balão Amarrado

Uma alegoria política com uma imagética singular: um balão-barragem flutua pelo interior rural da Bulgária sobrevoando aldeia após aldeia. Os camponeses que o observam ou perseguem tecem considerações sobre a proveniência de um objecto tão possante, solto de qualquer amarra à superfície. Mas o balão-barragem tece também considerações do seu ponto de vista, que vê a humanidade como pequena e ignorante. O Partido Comunista Búlgaro viu a alegoria como ataque ao estado, banindo o filme. 
Binka Jeliaskova
Bulgária

1967, 98'

O Grande Banho Noturno

O banho titular ocorre na costa búlgara do Mar Negro e quem o dá é um grupo de amigos idiossincrático que se junta nas férias do verão para uma celebração estival que se tornou tradição. Mas como todas as tradições, a sua constante observação tornou-a numa aborrecida obrigação. Para lidar com o descontentamento nada melhor do testar a linha da vida e da morte. Uma receita para o trágico e o onírico. O segundo capítulo da Trilogia do Silêncio.
Binka Jeliaskova
Bulgária

1980, 144'

Pelos Telhados, à Noite

O capítulo final da Trilogia do Silêncio de Binka Jeliaskova é também o seu último filme, que foi também a sua única incursão pelo meio televisivo, sendo originalmente dividido em dois episódios. A trama gira em torno de duas raparigas muito diferentes, unidas por terem o mesmo nome: Nadezhda (em português, Esperança). Mas apesar dos temperamentos e objetivos distintos, a pouco e pouco, as suas dissemelhanças esfumam-se e os seus papéis trocam-se. 
Binka Jeliaskova
Bulgária

1988, 150'

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