Uma casa grande onde decorre uma festa diurna. A câmara segue uma mulher cuja malaise começa a borbulhar à superfície, até chegar um momento de agitação que paralisa as festividades e que é ao mesmo tempo instigado, filmado e contido pelas diferentes pessoas presentes.
Por entre as formatadas small talks de uma garden party surge um elemento disruptivo: o corpo dançante de uma mulher que põe em causa as regradas formas de sociabilidade, restritivas e codificadas pelos parâmetros do bem-parecer. Eberl e Morais trabalham o desconforto da situação a partir de uma fisicalidade animalesca e reactiva. Os olhares e os remoques dialogam, como turistas no zoo, com um corpo que se delicia com a luxúria dos movimentos, as explosões de energia e a performance do contraditório. (Ricardo Vieira Lisboa)