Tekla é a sobrinha trans de Lia, uma professora reformada, que está há algum tempo em Istambul sem dar notícias. Decidida a encontrá-la, Lia é convencida por Achi, um vizinho e amigo da sobrinha que diz saber detalhes sobre o paradeiro dela, a sair juntos da Géorgia em sua busca. Quando chegam à cidade, que se revela cheia de possibilidades, percebem que encontrar alguém que não quer ser encontrado pode ser mais complicado do que estavam à espera.
Lia está determinada a encontrar a sobrinha trans. Tekla desaparecera há vários anos depois de ser rejeitada pela família. Amigos inesperados, Lia e Achi rumam a Istambul em busca de Tekla. Conhecem Evrim, uma advogada que luta pelos direitos trans e Tekla parece estar cada vez mais perto….
Akin, cuja obra explora classe, género e sexualidade, sabia exactamente como queria contar esta história: “Eu quero contar histórias positivas sem ser naive.” E fê-lo com grande mestria, entre tiradas de humor irresistível e lágrimas impossíveis de conter, num filme que, não se esquecendo do contexto de uma enorme violência de que tantas Teklas se vêem obrigadas a fugir, celebra a vida trans através de Evrim. O seu ativismo mantém a comunidade unida, as suas reações amorosas libertam-na, permitindo-nos entrar nos recantos da Instambul queer.
Crossing é um lugar de sororidade onde as diferenças se ultrapassam e desconhecidos unem forças, e as comunidades e amizades são os alicerces que permitem reparar as tremendas falhas de tantas famílias. (Alexandra Ferraz)