01 MAIO — 11 MAIO 2025

01 MAIO — 11 MAIO 2025

Bad Luck Banging or Loony Porn

Radu Jude

Roménia / Luxemburgo / República Checa / Croácia
2021, 106'

Uma sátira da pandemia global que ainda vivemos. Este filme começa com uma sex tape que dá para o torto. Em causa está a vida e a carreira de Emi, uma professora que se vê forçada pelos pais dos alunos a apresentar a sua demissão. Contudo, Emi recusa. Recomendado para quem aprecia experiências cinematográficas transgressivas – no melhor dos sentidos.

Estamos em 2020, o mundo deixou de fazer sentido. Não para Radu Jude (Aferim!, Uppercase Print), um dos precursores do Novo Cinema Romeno e presença regular do IndieLisboa, que aproveita bem o caos em Bad Luck Banging or Loony Porn. Primeiro, oferece-nos um dicionário, um artifício literário para descrever a realidade. Poesia. Porno. Poder. Crianças. Igreja. Cona. Depois, ou talvez antes, dá-nos um contexto. Uma cidade a Oeste, um supermercado, algumas notas, um funeral, pessoas que usam máscaras e higienizam rigorosamente as mãos. Apanhada nesta teia, está uma mulher, uma professora. Um vídeo sexual caseiro seu foi divulgado online contra a sua vontade, e ela enfrenta agora um julgamento pelos pais dos seus alunos. A moral de Emi é escrutinada de uma forma que faz com que o filme de Jude seja, por sua vez, rotulado como pornografia em alguns países. O trabalho de cinema, argumenta Jude, é um espelho dos horrores da vida, mas de forma a que possamos vê-los e não ficar paralisados. Nos momentos mais desesperados, ainda nos podemos rir. Ou, em alternativa, fazer uma sextape. (Anastasia Lukovnikova)

Silvestre

FICHA TÉCNICA

TIPO DE ESTREIA
Nacional
TÍTULO ORIGINAL
Babardeala cu bucluc sau porno balamuc
DIÁLOGO
Romeno
LEGENDAS
Inglês
ELENCO
Katia Pascariu, Claudia Ieremia, Olimpia Mălai, Nicodim Ungureanu, Alexandru Potocean, Andi Vasluianu
FOTOGRAFIA
Marius Panduru
SOM
Hrvoje Radnic
MONTAGEM
Cătălin Cristuțiu
PRODUTOR
Ada Solomon
PRODUÇÃO
microFILM Romania

BIO

Radu Jude é um realizador e argumentista Romeno. Estudou realização em Bucareste e começou a sua carreira enquanto assistente de realização. Em 2006, realizou a curta-metragem The Tube with a Hat, que ganhou diversos prémios. The Happiest Girl in the World (2009), a sua estreia em longa-metragem, foi seleccionado para vários festivais internacionais. Seguiram-se títulos como Aferim!, Scarred Hearts e Everybody in Our Family, que foram recompensados com prémios como o Urso de Prata para Melhor Realização em 2015, entre outros. A estreia internacional de The Dead Nation em Locarno, em 2017, marcaram o seu arranque no cinema documental. Os seus últimos filmes, Uppercase Print e The Exit of the Trains (co-realizado com Adrian Cioflâncă), estrearam na secção Forum da Berlinale 2020.

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