01 MAIO — 11 MAIO 2025

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Já são conhecidos os filmes vencedores da 20ª edição do IndieLisboa

Competição Internacional de Longas-Metragens

Grande Prémio de Longa-Metragem Cidade de Lisboa

Safe Place, Juraj Lerotić

Declaração do júri: O prémio vai para o filme que se move desde a primeira cena com a sua urgência em contar uma história que ultrapassa a experiência pessoal e fala de temas universais de ligação à vida e ao outro. Com o seu subtil toque de hibridismo, o filme é feito com perfeição de realização, imagens precisas e interpretações que descrevem subtilmente um enredo extremamente doloroso. Prova a capacidade do cinema para trabalhar de forma quase terapêutica e elevar uma história privada a uma ressonância universal.

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Menção Especial:

Vermelho Bruto, Amanda Devulsky

Declaração do júri: A menção especial na Competição Internacional vai para o filme, que com o seu compromisso com histórias de mulheres e do seu quotidiano, nos coloca directamente numa luta contemporânea única de mães durante os tempos liminares de um drama social. De uma forma extremamente conceptual, o filme confronta-nos com as complexidades de ser um sujeito feminino em tempos de populismo de direita radical. Mostra-nos que é possível uma outra forma de resistência. Vermelho Bruto, de Amanda Devulsky.

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Prémio Especial do Júri CANAIS TVCINE

Le Barrage, Ali Cherri

Declaração do júri: O prémio vai para um filme que deixa fluir material histórico, político e mítico, sem nunca se prender a um significado preciso, cimentando a narrativa apenas no poder fascinante da estética pura. Entre o documentário e o conto mitológico, Le Barrage, de Ali Cherri, impõe-se pela sua magnificência visual e esplendor gráfico, com um ritmo lânguido, uma quase ausência de diálogos e uma metáfora central que permanece enigmática até ao fim, como um objecto poético e hipnótico, de transcendência mágica, feito de pedra e lama, luz e água.

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Competição Internacional de Curtas-Metragens

Grande Prémio de Curta-Metragem EMEL

Suddenly TV, Roopa Gogineni

Declaração do júri: Este filme é uma exploração necessária de um tema urgente. Combinando meta-elementos com uma precisão clara, o realizador oferece um lugar honesto para as pessoas serem ouvidas.

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Prémio Melhor Curta de Animação

Hotel Kalura, Sophie Koko Gate

Declaração do júri: Uma animação incrivelmente individual que se inclina para o seu próprio mundo de belo absurdo. Este filme inteligente mostra uma abordagem única a duas personagens que exploram a ternura e a sensualidade.

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Prémio Melhor Curta de Documentário

La mécanique des fluides, Gala Hernández Lopez

Declaração do júri: Trata-se de um filme bem documentado e intrigante, em que o realizador explora uma cultura tóxica. Ficámos impressionados com a multiplicidade de camadas deste documentário e com a complexidade com que foi realizado.

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Prémio Melhor Curta de Ficção

Howling, Aya Kawazoe

Declaração do júri: Um filme perturbador e poético, com uma excelente cinematografia e um design de som inspirador. Esta história aterradora deixou-nos sem saber se estávamos a sonhar ou mortos.

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Competição Nacional

Prémio para Melhor Longa-Metragem Portuguesa

Mal Viver | Viver Mal, João Canijo

Declaração do júri: Um grande filme é o resultado das contribuições artísticas de muitos dos seus criadores: os actores que encarnam as ricas e complexas vidas interiores das suas personagens, um director de fotografia e um editor que dão forma ao mundo da história e um argumentista e realizador com um nível absoluto de mestria narrativa. Épico em escala e com a sagacidade irónica de um romance do século XIX, este é um filme sobre a tragicomédia humana que nunca perde a sua compaixão pelas muitas personagens cujas histórias individuais tece num todo sem falhas. O júri atribui por unanimidade o prémio de Melhor Longa-Metragem Portuguesa a: Mal viver | Viver mal.

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Prémio Melhor Realização para Longa-Metragem NOVA FCSH

Astrakan 79, Catarina Mourão

Declaração do júri: Memória, ficção e documentário andam de mãos dadas neste filme maravilhosamente realizado, sobre como crescer nas condições mais estranhas enquanto se tenta descobrir e moldar o mundo. O prémio de melhor realizador vai para Astrakan 1979.

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Prémio Melhor Curta-Metragem Portuguesa

Dildotectónica, Tomás Paula Marques

Declaração do júri: Dildotectónica: uma proeza cinematográfica que mostra que o prazer tem muitas formas e que revisitar a tradição e a história é a melhor maneira de nos dirigir e desafiar o nosso presente e futuro.

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Prémio Novo Talento The Yellow Color

Dias de Cama, Tatiana Ramos

Declaração do júri: O poder das imagens condensado numa curta-metragem. Um filme que se mostra como uma anomalia narrativa e estética que a cada decisão formal coloca a percepção do espectador a hesitar e a reflectir. Morte e prazer andam de mãos dadas e apontam para um realizadora inovadora e brincalhona que tem muito mais para mostrar.  O Prémio Novo Talento The Yellow Colorvai para Tatiana Ramos por Dias de Cama.

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Competição Novíssimos

Prémio Novíssimos

A Minha Raiva é Underground, Francisca Antunes

Declaração do júri: Som, luz, palavras e movimento no espaço – um cenário simples, construído a partir dos fundamentos cinematográficos e performáticos, que oferece uma estrutura forte e inovadora para o que é difícil de mostrar na tela, mas ainda mais difícil de lidar na vida real. Este mapeamento da reconciliação de uma mulher com o seu corpo, outrora desapossado, impactou-nos profundamente – tanto pessoalmente, tanto no nosso amor, partilhado entre nós, pelos poderes restauradores do cinema.

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Silvestre

Prémio Silvestre para Melhor Longa-Metragem

Trenque Lauquen, Laura Citarella

Declaração do júri: Trenque Lauquen é um maravilhoso tributo a um lugar, à ficção. Justaposições e emaranhados lúdicos na história de um protagonista incrivelmente empenhado e apaixonado por orquídeas, relações obsessivas e criaturas desconhecidas, enquanto procura a vida num lugar a 445 km da capital. Maravilhosamente fotografado, coreografado com precisão, movimentos elípticos subtis que negam linearidades no tempo criam uma experiência de suspense prazerosa.

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Menção Especial:

Saint Omer, Alice Diop

Declaração do júri: Saint Omer é um filme inesquecível. A gravidade da sua história e da sua actriz ensina-nos, a um nível existencial, o que significa estar perdido, mas altamente inteligente e consciente, enquanto se enfrenta o teatro do julgamento e a ética da justiça tão percebida.

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Prémio Silvestre para Melhor Curta-Metragem Escola das Artes

House of the Wickedest Man in the World, Jan Ijäs

Declaração do júri: Fiel ao seu tema e realizado no espírito de três ícones místicos do século XX, este filme revela uma grande compreensão e respeito pelos seus temas. Com uma notável habilidade técnica com o material celulóide e engenhosidade na sua abordagem, o realizador consegue ligar habilmente o passado e o futuro através de lendas e documentações. O resultado é ao mesmo tempo divertido e aterrador, defendendo tanto o humor como o horror.

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Menção especial:

A History Of The World According To Getty Images, Richard Misek

Declaração do júri: Por realçar eficazmente a relação entre o domínio público e o privado na recontagem da nossa história, cobrindo uma crónica vasta e complicada com uma narração e meios simples, e lançando luz sobre questões importantes para o nosso tempo de redes sociais e digitalização. Coerente com o seu tema, foi publicado na íntegra online.

http://www.ahistoryoftheworldaccordingtogettyimages.com/

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IndieMusic

Prémio IndieMusic Bandida do Pomar – ex-aequos

Miúcha, a Voz da Bossa Nova, Liliane Mutti & Daniel Zarvos

Declaração do júri: Sobre a Miúcha, posso referir que pessoalmente me marcou assistir certa vez, durante uma estadia no Rio, ao filme de um famoso concerto em Itália em ’78. Acompanhada de Tom Jobim, Vinicius e Toquinho, interpreta temas deles e do seu irmão Chico Buarque… canta com um sorriso gigante que a caracteriza e a química que existe entre eles é notória e efervescente. Como ela diz às tantas no documentário, teve relações muito estreitas e intensas com os grandes nomes da bossa nova; “bebeu na fonte.” Neste filme ficamos a conhecer o seu percurso de forma muito íntima, narrado na primeira pessoa, através de uma rica documentação de áudio, filmes, fotografias, cartas, aguarelas em formas animadas… Assistimos a um lado mais “negro” e real de um casamento com João Gilberto que causou grandes entraves à sua carreira artística – e como mais tarde se liberou. Cosmopolita e com uma voz que se distingue do padrão clássico da bossa nova, celebramos assim a vida desta cantora que saiu da sombra de um gigante e se tornou num deles.

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The Elephant 6 Recording Co., C.B. Stockfleth

Declaração do júri: The Elephant 6 Recording Co. de C.B. Stockfleth é um filme sobre uma comunidade. Uma comunidade de excêntricos amantes de música que faziam música entre outras artes. Mas, honre-se a história contada, sobretudo música pop alegre, doce, escapista, colorida, experimental. Os nomes dos protagonistas – porque são vários – marcaram a gesta da pop e do rock dos Estados Unidos e entre Ruston, Louisiana e Athens, Georgia, forjaram uma fábula que tem recortes de utopia.  Dos The Apples in Stereo aos Elf Power passando pelos Neutral Milk Hotel, demonstraram que a música popular pode ser iluminada pela melodia da amizade e o ritmo electrificante do entusiasmo.  É esse feito que The Elephant 6 Recording Co. de C.B. Stockfleth tão bem lembra e acarinha, numa América de sonho com a qual ainda sonhamos.

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Menção especial:

Even Hell has its Heroes, Clyde Petersen

Declaração do júri: Even Hell has Its Heroes, da realizadora Clyde Petersen, é uma obra impressionante, dada a sua ambiciosa missão: retratar a música misteriosa dos Earth reunindo, numa viagem, aqueles e aquelas que para ela contribuíram. Retrato poético e, como deve ser, humanizado, de uma obra movida pela introspecção, a experimentação e a contemplação. Nela, somos (sempre) levados pelas guitarras, na presença das paisagens de uma América estranha e familiar. Tão fascinante e distante como a obra dos Earth que este belo documentário tão bem nos desvelou.

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Prémio Amnistia Internacional

Endless Sea, Sam Shainberg

Declaração do júri: A curta-metragem Endless Sea mereceu a escolha deste júri. O filme revela a penosa e crua realidade de pessoas que vivem sem um sistema de proteção social e demonstra os resultados da privação do acesso à saúde. Tendo em conta a condição da mulher e as vulnerabilidades associadas às características identitárias, é um retrato poderoso, frenético, mas real, dos desafios do envelhecimento e da solidão, em várias sociedades, em todo o mundo.

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Prémio Árvore da Vida para Filme Português

Rosinha e Outros Bichos do Mato, Marta Pessoa

Declaração do júri: O vencedor do Prémio Árvore da Vida é uma investigação ao nosso passado colonial, ao discurso político, à ideia que temos de nós e do Outro, uma viagem à dignidade humana e a algumas indignidades através do trabalho de arquivo e da imaginação: “Rosinha e Outros Bichos do Mato”, de Marta Pessoa.

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Menção especial:

As Lágrimas de Adrian, Miguel Moraes Cabral

Declaração do júri: A menção honrosa é atribuída a um filme de montagem que, usando imagens de arquivo, faz uma ligação poética entre o sofrimento individual e os grandes movimentos do mundo e da História: “As Lágrimas de Adrian”, de Miguel Moraes Cabral.

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Prémio MUTIM

A Minha Raiva é Underground, Francisca Antunes

Declaração do júri: O Júri do Prémio Mutim – IndieLisboa, decidiu por unanimidade atribuir o prémio ao filme “A Minha Raiva é Underground”, de Francisca Antunes, por este se destacar na sua qualidade técnica e artística, e pela originalidade e sensibilidade na forma como trata um tema tão íntimo e pessoal. As juradas consideram que este é um filme-performance que, a partir da sua singular personagem, nos dá a experienciar uma Lisboa diferente, ao mesmo tempo que nos convida a pensar sobre os corpos no espaço, as relações de poder e as vivências que são únicas, mas muitas vezes plurais.

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Escolas

Prémio Escolas

Dias de Cama, Tatiana Ramos

Declaração do júri: Devido à sua excelente Imagem, Fotografia e Argumento, é indicado pelo Júri Escolas o filme Dias de Cama, de Tatiana Ramos, como vencedor do Prémio Júri Escolas. 

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Menção Honrosa:

Morte em Agosto, Bruno Abib

Declaração do júri: Devido à sua excelente Fotografia, Argumento e Som, é indicado pelo Júri Escolas o filme Morte em Agosto, de Bruno Abib, como vencedor do Prémio de Menção Honrosa do Júri Escolas.

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Universidades

Prémio Universidades

Índia, Telmo Churro

Declaração do júri: A nossa escolha não foi, de todo, fácil. Todos os candidatos da Competição Nacional, sem excepção, não só nos ofereceram a possibilidade de entrar no maravilhoso do seu imaginário com muita originalidade, como deram a mais refrescante das certezas a estes três jovens que querem trabalhar com imagens em movimento no seu país – o Cinema português está vivíssimo e mais do que se recomendar, impõe-se. E impõe-se com muita “pinta”. Como em todas as grandes decisões e indecisões da vida, deixámos que o nosso coração fosse o juiz final da balança que tem sido esta última bonita semana. Deixámos, então, que ele nos navegasse até ao “Índia” de Telmo Churro, que nos tomou de assalto na sua noite de estreia e conquistou um voto unânime. Num misto entre o meticuloso e a ousadez, “Índia” explora esta tríplice: a exteriorização do espírito em Lisboa e a interiorização de Lisboa no espírito; o casamento e o divórcio entre o passado e o futuro; nós e o outro e o que acontece pelo meio. O argumento é, de facto, este corpo robusto que tanto nos guia às gargalhadas quanto às lágrimas, sem nunca insistir demasiado nessa sua habilidade. Afinal, as tragédias também podem ser caricatas e o caricato também pode ter algo de trágico. No fundo, é uma perspetiva muito familiar e próxima do que é Lisboa hoje. Esta Lisboa colorida, com pratos de dourada assada em cafés de bairro, portugueses e francês mal falado, amantes e viúvos de amores muitos. Com lares e braços, ora mais silenciosos ou mais palavrosos, a que chegar. Toda esta realidade apenas conseguida também pelo fantástico. Muitos parabéns ao realizador e à equipa!

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Menção Especial:

Mal Viver | Viver Mal, João Canijo

Declaração do júri: Queremos ainda fazer uma menção honrosa a “Mal Viver | Viver Mal”. A fotografia estonteantemente íntima, as representações de um elenco que oxigena a emoção deste mal viver e um argumento que explora, de uma forma como antes nunca vimos, as relações familiares entre mulheres, tudo isto com um humor e pendor sentimental mordaz. Parabéns a toda a equipa e em especial ao realizador João Canijo, para quem as palavras nos faltam.

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Prémio Público

Prémio do Público Longa-Metragem

Remember to Blink, Austéja Urbaité

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Prémio do Público Curta-Metragem

The Diamond, Vedran Rupic

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Prémio do Público IndieJúnior

Mexilhões e Batatas Fritas, Nicolas Hu

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