01 MAIO — 11 MAIO 2025

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São estes os nomes vencedores do IndieLisboa 2022

Já são conhecidos os títulos premiados da 19ª edição do IndieLisboa 2022:

Grande Prémio de Longa Metragem Cidade de Lisboa

Mato Seco em Chamas, Adirley Queirós + Joana Pimenta

Declaração do júri: O Grande Prémio de Longa Metragem da Cidade de Lisboa vai para um filme com uma construção e força intrincadas das personagens e a complexidade da estrutura e do cenário. A atmosfera magnética ao longo de todo o filme transforma-o numa verdadeira Epopeia do século XXI.

Grande Prémio de Longa Metragem Cidade de Lisboa – Menção Especial

El gran movimiento, Kiro Russo

Declaração do júri: Gostaríamos de fazer uma menção especial a um OVNI inesperado dentro da competição, um filme magistralmente editado com uma qualidade hipnotizante que o torna uma experiência verdadeiramente cinematográfica. Uma sinfonia da cidade de imagens, personagens e emoções que retratam a difícil coabitação das diferentes tradições e estilos de vida dos dias de hoje.

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Mato Seco em Chamas El gran movimiento

Prémio Especial do Júri CANAIS TVCINE

Medusa, Anita Rocha da Silveira

Declaração do júri: Para a abordagem surpreendente e atraente de um tema actual e perturbador, o uso de cores fortes, bem como o uso original de referências da cultura pop como ferramenta de narração de histórias num cenário invulgar.

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Medusa

Grande Prémio de Curta Metragem EMEL

Mistida, Falcão Nhaga
The Parent’s Room, Diego Marcon

Declaração do júri: O Grande Prémio é partilhado por dois filmes que nos impressionaram igualmente: de um lado, uma balada de assassinato assombrosa e terna, e do outro, uma viagem de mãe e filho pelo espaço e pelo tempo. É desarmante a forma como o filme aborda temas complexos relacionados com história, racismo, política, relações íntimas, numa narrativa que tem lugar numa aparente, mas apenas aparente, simplicidade: a comovente caminhada de regresso a casa de mãe e filho. Há uma maturidade impressionante na forma como o realizador dirigiu o seu filme: o ritmo lento, os planos longos, o minimalismo e a clareza de propósito são aqui um sinal de sensibilidade, delicadeza e respeito. Com uma mistura de 35mm, efeitos de CGI, máscaras prostéticas, corpos humanos e canções, o realizador criou um universo inquietante e assustador que todos juntos fazem referências, subvertem, desconstruem e honram géneros cinematográficos de musicais, horror e comédia. As personagens ainda posam e vozes sinistras são profundamente assombrosas e comoventes. A qualidade perturbadora do filme anda sempre de mãos dadas com uma atmosfera sentimental, gerando um surpreendente sentimento de empatia que durará muito tempo consigo.

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Mistida The Parent’s Room

Prémio Melhor Curta de Animação

The Parent’s Room, Diego Marcon

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The Parent’s Room

Prémio Melhor Curta de Documentário

Urban Solutions, Arne Hector + Luciana Mazeto + Minze Tummescheit + Vinícius Lopes

Declaração do júri: Um filme que é, ao mesmo tempo, profundamente perturbador e maravilhosamente lúdico. Utilizando várias fontes de material de imagem e texto e momentos performativos, é ao mesmo tempo visualmente espectacular e urgente na sua política ao ligar o passado colonial brasileiro à sociedade contemporânea de duas classes do país. Aproveita ao máximo a capacidade do cinema para atordoar e agitar, para contemplar e envolver, para cobrar e não simplesmente julgar.

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Urban Solutions

Prémio Melhor Curta de Ficção

Escasso, Gabriela Gaia Meirelles + Clara Anastácia

Declaração do júri: O filme é cativante e comovente. É hilariante, excessivo e excêntrico na sua teatralidade e, ao mesmo tempo, revela uma escassez, uma imensa fragilidade. E tudo isso sem nunca perder o sentido de humor. Através da personagem exuberante Rose, mostra um Brasil radicalmente desigual, onde ecoa o estigma repetido do colonialismo e da sua forma de operar: a exploração de uma extensa população por um pequeno grupo de privilegiados. Scarce é um filme de rebeldia. É uma ficção tão genuína ao ponto de se tornar um documentário.

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Escasso

Prémio para Melhor Longa Metragem Portuguesa

Mato Seco em Chamas, Adirley Queirós + Joana Pimenta

Declaração do júri: Este filme de carga social e política mergulha-nos num transe fascinante do princípio ao fim. É um filme magnífico e hipnótico que explora brilhantemente o papel activo deste grupo de mulheres fortes que lutam pela sua sobrevivência e a resistência de uma comunidade.

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Mato Seco em Chamas

Prémio Melhor Realização para Longa Metragem Portuguesa NOVA FCSH

O Trio em Mi Bemol, Rita Azevedo Gomes

Declaração do júri: Pela liberdade poética com que propõe uma adaptação cinematográfica do texto de Eric Rohmer, colocando o rigor da mise-en-scene numa relação lúdica com o acto de narração.

Prémio Melhor Realização para Longa Metragem Portuguesa NOVA FCSH – Menção Especial

Périphérique Nord, Paulo Carneiro

Declaração do júri: O júri gostaria de dar uma menção especial a um realizador, cujo filme nos leva a uma subcultura definida por cavalos de potência, gasolina e borracha queimada. Através da sua presença única no ecrã como ouvinte empático, consegue contar uma história não só sobre os homens e mulheres que vivem e morrem por carros afinados, mas também abordar contextos sociais mais vastos de migração, estatuto e pertença.

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O Trio em Mi Bemol Périphérique Nord

Prémio Dolce Gusto para Melhor Curta Metragem Portuguesa

Domy + Ailucha – Cenas Kets!, Ico Costa

Declaração do júri: Pela sua capacidade de libertar imagens em circunstâncias que limitam a acção e a narração de histórias, devolvendo aos seus legítimos proprietários a observação da vida mesmo durante o tempo de bloqueio.

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Domy + Ailucha – Cenas Kets!

Prémio Novo Talento The Yellow Color

Um Caroço de Abacate, Ary Zara

Declaração do júri: Uma história simples mas complexa de “rapariga trans encontra o rapaz cis” de forma confiante e empática, criando um filme de esperança, compreensão, empoderamento, amizade e talvez, apenas talvez: amor.

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Um Caroço de Abacate

Prémio Novíssimos Betclic

Tindergraf, Júlia Barata

Declaração do júri: A Tindergraf ficou connosco tanto pela sua qualidade plástica como pelo seu sentido de humor, mantendo a narrativa dinâmica através de decisões ao nível do som e da actuação. Um desenrolar de episódios entre espaços públicos e íntimos sobre a cultura do engate, mas também a busca do próprio prazer, no feminino.

Prémio Novíssimos Betclic – Menção Especial

Mapa, Lourenço Crespo

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Tindergraf Mapa

Prémio Silvestre para Melhor Longa Metragem

Cette maison, Miryam Charles
Nous, étudiants!, Rafiki Fariala

Declaração do júri: A selecção de longas-metragens na secção Silvestre desta edição do IndieLisboa foi particularmente diversificada na forma, material e conteúdo, intelectual e emocionalmente estimulante, e foi um prazer para nós assistir aos onze filmes que o compunham. Tendo em conta este forte corpo de filmes, decidimos atribuir o prémio a dois filmes que o júri concordou serem os mais destacados nesta secção. São filmes que renovam a nossa confiança no cinema, dois filmes em que os seus realizadores, juntamente com as suas redes de afecto, sejam familiares ou de amizade, reclamam para si próprios os instrumentos do cinema para re-imaginar o seu passado e futuro. Um deles, um gesto de grande coragem, mergulha na terra dos mortos para inventar um espaço-tempo para todos aqueles que procuram o lugar a que pertencem. O outro retira da história do cinema o frescor de uma linguagem directa e um olhar genuíno para habitar ternamente a vida quotidiana simples das pessoas comuns.

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Cette maison Nous, étudiants!

Prémio Silvestre para Melhor Curta Metragem

Constant, Sasha Litvintseva + Beny Wagner

Declaração do júri: Ficámos impressionados com a forma hábil como Sasha e Beny trataram aquilo que poderia ser considerado como um assunto de grande complexidade, particularmente a sua capacidade de explicar e de se envolverem ao mesmo tempo. A sua utilização de técnicas formalmente inovadoras fez com que se tornasse uma experiência visual distinta que teve um impacto real sobre todos nós, e também (talvez mais importante) sobre o público presente. Uma meditação singular sobre medição, poder de estado e sistemas opacos de informação.

Prémio Silvestre para Melhor Curta Metragem – Menção Especial

Churchill, Polar Bear Town, Annabelle Amoros

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Constant Churchill, Polar Bear Town

Prémio IndieMusic

Love, Deutschmarks and Death, Cem Kaya

Declaração do júri: O filme é uma história contada em várias vozes sobre uma luta comum.
O que ele traz não é a consciência de que a opressão, discriminação e exclusão dão origem a contextos conducentes à necessidade de expressão, criação e contestação. O seu valor não está apenas na pertinência dos temas e questões que aborda – o racismo, a exploração dos trabalhadores imigrantes, a luta colectiva e artística destas comunidades – neste caso a turca, na Alemanha, mas pode ser outra, já que é e tem sido o padrão da Europa na sua relação com a que considera Outra. O que nos fez gostar tanto deste filme não está apenas no seu conteúdo e no que nos diz em particular, mas, sobretudo, na articulação entre o que nos diz e a forma como o diz. Este é um filme que ouve e nos deixa ouvir, que é partilhado por todos os seus actores. Sem deificação ou paternalismo, incorpora toda a riqueza e multiplicidade contida na própria música de que nos fala, exemplificando a capacidade de transformar uma posição de alteridade imposta num lugar de identidade e confluência, mas também de resistência e preservação cultural. Um lugar que é inevitavelmente colectivo, intergeracional e em constante mudança. Nesta linha, não quisemos deixar de dar destaque a um outro filme que nos transmitiu igualmente uma fusão especial entre conteúdo e forma. Sonosfera Telectu é um filme que se vê como se ouve, um objecto que nos transporta e nos leva a viajar através de uma simbiótica montagem de imagens e sons, cuja narrativa se faz e desfaz à procura de caminhos, mimetizando os próprios processos de improvisação musical minimalista dos Telectu.  Estas escolhas foram unânimes e cruzam diversos critérios, mas, acima de tudo, e tendo em conta a secção para a qual nos convidaram a deliberar, apontam para filmes que se destacam por encarnarem aspectos da música sobre a qual se debruçam, na sua própria estrutura. E porque, por isso mesmo, centralizam, cada um à sua maneira, uma música ou cena musical que floresce nas margens – ou à margem – ou que assim é considerada de um ponto de vista hegemónico. Por fim, e a propósito de estruturas, hegemonias, lutas colectivas e margens, não queremos deixar de juntar a nossa voz à crítica feita no contexto de exibição do filme FRÁGIL, sob a forma de um discurso que denuncia, e bem, a cumplicidade deste tipo de festivais na manutenção de uma lógica de competição e exclusividade que pode e deve ser repensada. Enquanto jurados, cumprimos aquilo a que nos propusemos: pensar e discutir sobre os filmes que vimos, escolher aquele de que gostámos mais e explicar porquê.  Até porque o problema não é haver filmes piores ou melhores, ou gostar mais de uns ou de outros, muito menos falar sobre isso. A comparação crítica é boa e importante, é natural e produtiva. A questão aqui é sobre repensar o espaço que festivais como estes ocupam e em detrimento dos quais poucas opções sobram a quem quer fazer do cinema a sua vida, quando inclusive talvez até pudessem ter um impacto mais directo e democrático contra as condições precárias nas quais muitos dos filmes apresentados são feitos. A lógica da competição não tem só a ver com o que acontece durante o festival mas também antes, durante a seleção e programação, em paralelo e como parte de uma estrutura maior, que é urgente desafiar e transformar.

Prémio IndieMusic – Menção Especial

Sonosfera Telectu, Carlos Mendes + Ilda Teresa Castro + Vítor Rua + Vasco Bação

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Love, Deutschmarks and Death Sonosfera Telectu

Prémio Amnistia Internacional

Urban Solutions, Arne Hector + Luciana Mazeto + MinzeTummescheit + Vinícius Lopes

Declaração do júri: Pela abordagem actual e relevante do tema do filme, pelo paralelismo entre o passado colonial e o presente, e pela abordagem de encenação escolhida. Devido ao destaque dado às diferenças entre classes e aos contrastes entre o privilégio da segurança de uma elite rica e outros direitos humanos de todas as pessoas. Os ricos morrem de fome e medo sem “os invisíveis”. Mas também, por causa do poder da força colectiva para fazer a mudança. É possível saltar para fora do quadro.

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Urban Solutions

Prémio Árvore da Vida

Viagem ao Sol, Ansgar Schaefer + Susana de Sousa Dias

Declaração do júri: Os sorrisos e olhares de preocupação e expectativa, tristeza e abandono, interrogação e esperança que o director nos dá para contemplar longamente, conduzem o espectador numa viagem feita de luzes e sombras que atravessam a pobreza e o analfabetismo, política e religião, segregação e misericórdia, lágrimas e esperança, separação e reencontro. Um filme que salvaguarda a memória e que, ao mesmo tempo, propõe subtilmente uma educação solidária que é cada vez mais necessária no nosso tempo.

Prémio Árvore da Vida – Menção Especial

Águas do Pastaza, Inês T. Alves

Declaração do júri: É outro mundo que o realizador nos revela neste filme, em que a simplicidade, força e beleza da natureza se cruzam com a alegria da infância, que tem tanto para ensinar e surpreender os adultos de uma civilização que tantas vezes esquece as suas raízes.

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Viagem ao Sol Águas do Pastaza

Prémio Escolas

By Flávio, Pedro Cabeleira

Declaração do júri: O filme distingue-se na forma como questiona as ambições de uma jovem mãe solteira e a sua relação com o seu próprio corpo e imagem, e na actuação dos actores na forma como ironiza a objectificação feminina nas convenções do rap moderno, no interior urbano de Portugal.

Prémio Escolas – Menção Especial

Um Caroço de Abacate, Ary Zara

Declaração do júri: Por surpreender ao revelar a possibilidade de um mundo apaziguado pelas suas diferenças.

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By Flávio Um Caroço de Abacate

Prémio Universidades

Mato Seco em Chamas, Adirley Queirós + Joana Pimenta

Declaração do júri: Pela sua capacidade de nos confrontar com realidades tão distantes e de provocar discussões que vão para além da sala de cinema.

Prémio Universidades – Menção Especial

Águas do Pastaza, Inês T. Alves

Declaração do júri: O júri universitário atribui uma menção honrosa a um filme que se destaca por apresentar uma perspectiva única de uma realidade supostamente conhecida.

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Mato Seco em Chamas Águas do Pastaza

Prémio do Público – Longa Metragem

Cesária Évora, Ana Sofia Fonseca

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Cesária Évora

Prémio do Público – Curta Metragem

An Avocado Pit, Ary Zara

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Um Caroço de Abacate

Prémio do Público – IndieJúnior

Luce e o Rochedo, Britt Raes

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Luce e o Rochedo

 

Sessões dos filmes premiados no Cinema Ideal

Segunda-feira

20:00
Escasso, Gabriela Gaia Meirelles + Clara Anastácia
Tindergraf, Júlia Barata
The Parents’ Room, Diego Marcon
Mistida, Falcão Nhaga

22:00
Nous, étudiants!, Rafiki Fariala

Terça-feira

20:00
Domy + Ailucha – Cenas Kets!, Ico Costa
Urban Solutions, Arne Hector + Luciana Mazeto + Minze Tummescheit + Vinícius Lopes
Um Caroço de Abacate, Ary Zara
How Do You Measure a Year, Jay Rosenblatt

22:00
Medusa, Anita Rocha da Silveira

Quarta-feira

20:00
Love, Deutschmarks and Death, Cem Kaya

22:00
Mato Seco em Chamas, Adirley Queirós + Joana Pimenta

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