Um homem vive isolado num rochedo/ ilha, entre o mar e o céu. Da sua voz (com a gravidade certa), emana um sentimento de tentativa de pertença a esse espaço, infiltrado no meio. Quer estar ao lado dos peixes mas eles não o vêem, quer estar ao lado das gaivotas mas não pode voar. Este estado de não saber nunca onde pertencemos é um sentimento muito contemporâneo, e funciona como uma poderosa metáfora dos nossos tempos. Um corpo num só ser. Estarei sempre perto e longe ao mesmo tempo, para os que gostam de mim e para os outros. (Miguel Valverde)